Visão geral
Implantar uma nova cultura, mudar os comportamentos, obter melhores resultados e buscar o engajamento de todos pode ser o desejo de muitas organizações. Para que isso aconteça, um fator determinante será o patrocínio.
Neste artigo vamos ver que o patrocínio vai muito além de disponibilizar recursos financeiros, envolve bancar uma ideia e agir proativamente para que ela aconteça.
Veremos também que um diferencial de suma importância é o patrocínio de cima para baixo (top-down).
Para que algumas mudanças tenham o efeito desejado, todos os níveis hierárquicos dentro de um ambiente corporativo precisam estar envolvidos, mas algumas pessoas tomadoras de decisões estratégicas precisam tomar frente e conduzir esse processo.
Ideia patrocinada
Quando se fala em patrocínio podemos ser levados a pensar em alguém disponibilizando uma quantia em dinheiro para bancar uma ideia. No contexto organizacional esse pensamento precisa ir mais além.
Querer que algo aconteça somente por querer infelizmente não trará os resultados esperados. Mesmo quando tomamos algumas iniciativas, vários fatores podem contribuir para diminuir ou mesmo impedir o sucesso. Um desses fatores é a falta de patrocínio.
Em suas mais diversas configurações as empresas possuem seus departamentos, diretorias, presidências, dentre tantas outras, a depender do tamanho e necessidade de cada ambiente. Essas áreas, por sua vez, são gerenciadas por pessoas que tomam decisões estratégicas para que as missões, visões e valores sejam mantidos e superados.
Pensando nesses ambientes como um corpo humano que possui seus diversos membros, podemos analisar de forma análoga que os membros são direcionados pelas ações que nosso cérebro ordena. Em suma, vemos os ambientes corporativos sendo gerenciados pelos núcleos estratégicos, compostos por áreas que olham para o mercado e trazem os projetos corretos para que os resultados aconteçam.
Em um paralelo, com seus devidos ajustes, no ambiente corporativo os membros podem tomar ações, sugerindo ideias e projetos que possam ajudar as empresas a melhorarem seus cenários, mas se o “cérebro” não quiser, nada irá acontecer.
Neste cenário surge a necessidade de um patrocínio que seja capaz, não somente de aceitar as sugestões, mas de realizar esforços para que elas aconteçam, não se limitando ao fator financeiro.
Patrocínio ativo
Uma vez entendido que patrocínio não é apenas pagar para que uma ideia aconteça, mas sim adentrar e dedicar esforços, vamos aprofundar e vislumbrar como esse patrocínio necessita acontecer proativamente.
Os níveis hierárquicos superiores, por possuírem o poder de tomada de decisão estratégica, detém a missão de analisar possíveis propostas e definirem se elas fazem ou não sentido para uma visão estratégica. Cita-se decisão estratégica pelo fato de acreditar que todos dentro de um ambiente corporativo são tomadores de decisões, mas em escalas diferenciadas.
Estando empoderados a tomarem as decisões, sempre olhando vários fatores, que vão desde aspectos técnicos, financeiros, mercadológicos ou outros que forem necessários, uma vez aprovada uma ideia, ela precisará de patrocínio ativo e não apenas passivo.
Patrocínio ativo é aquele onde a ideia não somente é aprovada, mas acompanhada de perto pela pessoa que a aprovou, tomando decisões e apoiando todos os demais níveis durante o período de realização das entregas.
Patrocinar ativamente não se limita a apenas acompanhar, mas desobstruir caminhos quando os obstáculos se tornam impactantes e necessitam ser levados para decisões superiores.
Uma ideia sem patrocínio pode até dar certo, mas os esforços podem se tornar substancialmente menores quando se tem alguém com poder de tomada de decisão estratégica e que está engajado o tempo todo.
Quem patrocina?
Visto a importância do papel do patrocínio, faz-se necessário analisar quem será a melhor pessoa para patrocinar a ideia.
Em outro artigo sobre liderança multiplicadora, neste mesmo canal, falamos sobre a importância de despertar o senso de líder em cada pessoa. Concatenando com este trabalho, precisamos pensar que, apenas desenvolver líderes sem patrocinar pode ser um esforço em vão.
Vejamos um cenário em que uma determinada pessoa em um ambiente corporativo tem uma ideia que irá melhorar consideravelmente um resultado, serviço ou produto. Essa ideia é apresentada à diretoria e é aprovada. Infelizmente essa aprovação não irá garantir o sucesso esperado.
Muitos percalços irão ocorrer entre o surgimento da ideia e a entrega do resultado. Alguns desses entraves podem ser tão significativos que precisarão de decisões estratégicas para que o projeto possa seguir adiante.
Patrocinar ativamente é estar envolvido e realizar ações contínuas para garantir que os possíveis obstáculos possam ser superados e as oportunidades possam ser alavancadas.
Uma ideia boa, sem o seu devido patrocínio, pode se tornar apenas mais uma sugestão brilhante em uma caixinha de ideias.
Além do patrocínio é necessária uma liderança que faça a coisa acontecer. Mesmo que a ideia seja excelente, sem um apadrinhamento que a coloque em prática, será apenas uma ideia.
Conclusões
Vimos que patrocinar não está relacionado a bancar financeiramente, mas sim ter alguém que irá apadrinhar uma ideia, atuando como um facilitador e ajudando nas tomadas de decisões.
Podemos perceber também que, mesmo que se tenha uma excelente iniciativa, se não tiver o devido patrocínio, o resultado pode não ser o esperado.
Grandes mudanças precisam ser patrocinadas, vindas de cima para baixo, realizando o conceito top down. Ter alguém que seja a pessoa que compre a ideia e tenha um poder de influência, faz toda a diferença para que o processo flua de forma mais constante.
Em um cenário onde se deseja sair do ponto A para o ponto B, várias pessoas e áreas dentro de um ambiente corporativo estarão envolvidos. Por esse e por tantos outros motivos é de fundamental importância ter alguém que exerça o papel de patrocinador.
Como uma análise final e sugestão para aumento das chances de sucesso tem-se: para que qualquer iniciativa seja realmente efetiva, defina quem será a pessoa que irá patrociná-la, ou ela já nascerá com grandes chances de fracassar antes mesmo dos resultados aparecerem.