Postado em 12.04.2019 por administrador

Como profissional de gerente de projetos acompanho sempre o mercado, tanto do lado das empresas, quanto do lado de quem trabalha ou quer trabalhar nelas.

Ultimamente tenho visto algumas vagas para gerente de projetos com alguns requisitos que me preocuparam. Algumas empresas, não sei se não entenderam ou não quiseram entender, que um profissional de gerenciamento de projetos é alguém que vai gerir, trabalhar com gestão e tomar decisões dentro de um projeto e não apertar o parafuso.

Não desmerecendo nenhuma função. Pelo contrário. Um projeto é feito por todos aqueles que estejam envolvidos com ele, mas com papéis definidos para aquilo em que ele é bom, cada um com sua importância, afinal são todos partes de uma engrenagem que deve rodar sistematicamente sincronizada.

No assunto em questão, o papel do gerente do projetos, ele pode sim desempenhar algum papel de executor dentro do projeto, mas a maior parte do tempo ele deve gerenciar, ter a visão do todo e ser o integrador de todas as partes.

Retomando o assunto inicial deste post, o que vejo acontecer são empresas abrindo cargos para gerentes de projetos que estão mais para “super-homem”, como por exemplo: Gerente de Projetos para trabalhar com implantação SAP, saber programar em linguagem “xx”, ter conhecimentos sólidos de banco de dados “yy” e ainda ter habilidades de liderança, comunicação, saber conduzir reuniões, relatar o desempenho do projeto à alta gerência…ufa! E, ainda, ter resiliência.

Tudo bem que hoje em dia não podemos ter profissionais mono canal, aquele que só faz uma coisa por vez, mas não podemos querer que ele faça tudo ao mesmo tempo.

Muito se fala em carreira em Y, aquela em que a empresa tem dois planos de carreira: um para aqueles que querem desenvolver seu lado gestor e outra para aqueles que querer desenvolver o lado técnico. Essa escolha pode evitar o fato de transformar um bom técnico em um mal gestor e vice-versa. Em ambos os casos todos perdem, a empresa e o profissional.

O que me preocupa é que o cargo de gerente de projetos não pode ser banalizado só para dizer que a empresa possui gerenciamento de projetos. O fato de colocar um profissional para coordenar o caos não o torna um gerente de projetos nem mesmo significa que a empresa agora trabalha orientada a projetos.

Os salários são baixos, levando em consideração a qualificação desejada. Solicitam que ele tenha um MBA em gerenciamento de projetos, seja certificado e tenha experiência. Por outro lado oferecem um salário nada compatível com essa exigência.

Gerente de projetos deve ser uma carreira em que as empresas devem investir, tanto para contratar quanto para desenvolver internamente e entender que este profissional é alguém que está trilhando uma carreira de gestor, podendo vir a ocupar uma cadeira em algum cargo importante num futuro próximo.

Sei que não é fácil, mas devemos nos preocupar para que a função, cargo, carreira de gerente de projetos não se torne um modismo dentro das empresas, apenas para retratar, de maneira errônea, o que é o verdadeiro gerente de projetos e o que significa gerenciamento de projetos.

 

Por Messias Reis

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