Postado em 27.06.2023 por administrador
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Projeto e operação

Nos ambientes organizacionais, os projetos coexistem com as operações, concorrendo muitas vezes com os mesmos recursos, sejam humanos, materiais ou equipamentos.
No aspecto humano, essa concorrência pode afetar a realização de entregas, bem como as operações, caso não se tenha uma separação clara do que se trata cada um e quem é o responsável por elas.
Neste artigo iremos abordar o Pareto da gestão, que tem como objetivo analisar como as pessoas dentro das organizações, ou até mesmo em suas vidas pessoais, podem organizar suas agendas para tratar de cada uma das demandas em seus devidos tempos.

Projetos e demandas diárias
Em um ambiente de trabalho existem os projetos, com início, meio e fim, mas também as rotinas que acontecem diariamente para manter a roda girando. Algumas vezes os projetos e rotinas são realizados pelas mesmas pessoas.
Neste cenário, conflito de agenda se torna algo corriqueiro, mas que não pode ser considerado normal. Não que seja impossível, mas uma mente ocupada diariamente com as rotinas e operações dificilmente encontrará tempo para pensar em soluções.
É sobre esse tema que faremos uma análise para diagnosticar e propor um cenário onde as pessoas possam ter tempo para criar, mas sem deixar de manter a operação.

Fatores limitantes

Um fator limitante predominantemente presente nas organizações é o financeiro. As empresas não possuem um saldo infinito. Isso pode fazer com que algumas possíveis soluções se tornem inviáveis.
A citação do lado econômico neste artigo se dá pelo fato de que, caso a empresa possua essa limitação, provavelmente ela também terá limitações na contratação de pessoal.
Outro elemento que pode impactar negativamente é a cultura da empresa. Se ela não estiver direcionada para um ambiente que acredite que pessoas felizes e com tempo para criação podem produzir mais, também pode trazer entraves neste processo de gestão de agendas.
Além do financeiro e cultural, as pessoas também precisam acreditar e quererem passar por essa mudança. Não podemos apenas olhar unilateralmente, pois há cenários em que as empresas investem, mas o outro lado não corresponde da mesma maneira.
Não que os limites se reduzam aos três citados, mas eles contribuem para uma grande parte da proposta que será realizada a seguir.

O Pareto em ação

Imaginemos uma pessoa que tenha oito horas por dia de trabalho e que trabalhe quarenta horas semanais. Estamos falando de um período finito e limitado de tempo.
Se fizermos uma conta simples, vinte por cento de quarenta, teremos oito horas. Essa seria uma quantidade proposta para uma pessoa pensar e criar soluções que ela não conseguiria estando cem por cento do tempo na operação.
Há vários estudos que comprovam que o ato de dar liberdade para as pessoas auxilia na melhoria dos resultados e torna o ambiente de trabalho mais leve.
A proposta do Pareto da gestão traz a ideia de que, pelo menos oito horas por semana, consecutivas ou não, devem ser dedicadas à criação de soluções e análise de possíveis melhorias.
A proposta leva em consideração os fatores limitantes citados, pois se a quantidade de pessoas for muito pequena, a cultura não contribuir e as pessoas não engajarem, as chances desse processo falhar são significativamente maiores.
Não é uma missão fácil, mas de valor inestimável para as organizações, dar tempo para as pessoas olharem para os problemas e elas mesmas proporem e criarem as soluções.
Além do resultado para as organizações, essa ação gera um senso de pertencimento, pois quem está envolvido na causa se sente parte do processo e da solução.

Além do Pareto

Mesmo com a disponibilização de vinte por cento do tempo para criação, é preciso que as pessoas envolvidas, tanto empresa, quanto as pessoas que ali trabalham, pensem e ajam em conjunto.
Dar liberdade e não pensar em resultado pode não ser a melhor saída. Essa janela de tempo precisa trazer resultados, seja de curto, médio ou longo prazo.
Em outro artigo, no qual o tema de treinamento e tratamento é abordado, faz sentido aqui um resgate de que, quando as pessoas são emponderadas a descobrir o problema e buscar soluções, elas próprias estão implantando a cultura do tratamento, com ações permanentes.
Um termo que vem sendo utilizado denominado Intraempreendedorismo, traz uma ideia de implantar na cultura da organização uma mentalidade de empreender dentro do próprio ambiente de trabalho. Muitas ideias podem contribuir para resolução de problemas, não somente interno, mas de todo um mercado externo.


Possibilidades existem

A frase “estou sem tempo” em alguns cenários já virou rotina. O fato é que a cada dia as metas são mais audaciosas e a quantidade de trabalho tende a aumentar proporcionalmente. Já que, caso não seja possível incluir mais pessoas neste cenário, uma saída é encontrar melhores maneiras para realizar o trabalho e automatizar o que for possível.
As tecnologias avançam a cada dia proporcionando soluções que permitem automatizar processos e encontrar maneiras mais inteligentes de executar determinadas tarefas.
Para que seja possível essa automação, ou mesmo inserção de tecnologias para apoiar, é preciso de tempo de criação: o Pareto da gestão.
Existe uma frase atribuída a Albert Einstein que diz: se não fizermos algo diferente, sempre teremos os mesmos resultados. Amparado por essa frase este artigo propõe a ideia de que é preciso pensar e agir de forma diferente para que possamos ter resultados diferentes do que estamos obtendo realizando o trabalho da mesma forma.

Conclusão

Conciliar agenda de trabalhos diários e ainda ter tempo para criar se torna um grande desafio dentro de qualquer ambiente de trabalho, mas é um esforço válido, caso o objetivo seja o de ter soluções diferentes e pessoas com inspiração para a criação.
Um ritmo de trabalho sustentável pode ajudar a tornar o processo criativo mais frequente. Algumas máquinas, automóveis ou mesmo aviões são planejados para operarem em uma determinada velocidade, permitindo ter uma sobrecarga quando necessário, mas não o tempo todo.
Nessa mesma linha de pensamento, as pessoas podem até conseguirem trabalhar em um ritmo frenético, mas não por muito tempo.

Por Messias Reis.

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