A estratégia
No contexto organizacional, a estratégia existe para direcionar e dar rumos, olhando para o mercado, enxergando as oportunidades e ameaças, bem como para o ambiente interno, observando as forças e fraquezas.
De acordo com Sun Tzu, um estrategista chinês, “se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas”.
Nesse contexto podemos analisar que, para que uma empresa tenha uma boa estratégia, ela precisa se conhecer e conhecer bem o mercado ao qual ela está inserida.
Planejamento Estratégico
Planejamento estratégico, em uma livre definição, é um processo que deve orientar a empresa na definição de metas, juntamente com ações que possibilitarão que os objetivos sejam alcançados.
Comumente uma empresa possui três níveis hierárquicos:
- Nível estratégico: geralmente composto por presidentes, diretores, acionistas e outras pessoas que trabalham orientados a manter a empresa sempre com um poder competitivo no mercado, além de garantir que todos dentro da organização entendam os caminhos que a empresa quer seguir em horizontes de tempo;
- Nível tático: composto em sua maioria por pessoas que tem a missão de desdobrar a estratégia em ações que irão gerar os resultados esperados. Esse nível tende a trabalhar com olhares executivos, como um foco voltado para o como fazer.
- Nível operacional: onde as operações irão ocorrer, ligando os resultados diários ao nível tático e consequentemente ao estratégico.
Em todos os níveis, uma boa prática é que eles trabalhem conjunto, pois se as ações ficarem apenas nos níveis superiores, a operação pode não caminhar na mesma sintonia.
Para garantir que todos em uma organização estejam envolvidos constantemente com a estratégia, é importante que haja um desdobramento.
O desdobramento
Decidir os caminhos para onde uma empresa deve seguir pode não ser uma tarefa fácil. E não é.
Assim como a decisão de traçar os objetivos e suas metas é uma tarefa que depende de muito esforço. Fazer com que ela chegue a todos dentro de um organismo organizacional não se torna uma missão menos fácil, mas é extremamente necessário.
Quando um planejamento estratégico é realizado, o que se espera é que ele contenha todos os nortes orientadores e números que possibilitarão medir os resultados durante um período.
O que seria então o desdobramento estratégico?
Pela ótica da integração, uma empresa precisa “ouvir” o ambiente interno para definir sua estratégia. Cita-se ouvir, pois, segundo a afirmação de Sun Tzu, além de conhecer o inimigo, que neste caso é a concorrência, é preciso conhecer a si mesmo, ou seja, a empresa.
Uma vez que a empresa se conheça e estabeleça sua estratégia, ela precisa chegar a todos os níveis, pois caso isso não aconteça, existe um risco de pessoas estarem com diferentes pontos de vistas dentro do mesmo ambiente.
O nível estratégico é presença constante durante a elaboração do planejamento estratégico, pois são essas pessoas que se tornam responsáveis por analisar cenários e traçar diretrizes.
No entanto, todas as definições precisam estar estreitamente alinhadas com o nível tático e consequentemente operacional.
O nível executivo precisa entender onde a empresa quer chegar para ajudar a definir ações, projetos e processos que serão de fundamental importância no atingimento dos resultados esperados.
Por sua vez, o nível operacional é obrigatoriamente parte envolvida neste processo, pois as ações definidas serão muitas vezes realizadas aqui.
Pessoas quando não sabem a razão pela qual estão fazendo alguma coisa, podem perder o entusiasmo e não ter a sensação de pertencimento. É preciso criar a cultura do desdobramento.
Saber o motivo pelo qual estamos fazendo algo, entendendo todo o cenário e percebendo a importância do resultado que estamos gerando, tende a ser mais eficaz no momento de envolver as pessoas em prol de um propósito.
Níveis de desdobramento
Faremos aqui uma análise dos níveis de desdobramento estratégico dentro de um ambiente organizacional.
Imaginemos que uma determinada empresa defina que quer crescer vinte por cento do seu faturamento em determinado período.
Para isso ela define ações comerciais e de marketing que irão colaborar para esse esperado crescimento.
Tudo isso, até esse momento, está acontecendo no nível estratégico, por pessoas que analisaram o ambiente interno e o externo, priorizando essa ação como sendo a mais importante para a empresa.
A missão agora é envolver o nível tático para que ele ajude na definição de ações, projetos e processos que ajudarão a alcançar essa meta.
A separação de ações, projetos e processos é uma tarefa importante, pois algumas das demandas serão de curto prazo, podendo ser tratadas como ações. Outras precisarão de um período maior, podendo ser gerenciadas como projetos, por possuírem início, meio e fim. Por fim, as ações diárias que são os processos que precisarão de metodologia específica para ter a eficiência necessária.
Vários departamentos da empresa devem ser envolvidos e convidados a participar ativamente na definição de todos esses elementos, uma vez que várias das ações, projetos e processos acontecerão de maneira transversal, envolvendo quase todos.
O nível operacional terá a missão colocar muitos desses itens em prática. Por isso é de vital importância que as pessoas que aqui estão saibam o porquê devem fazer o que precisa ser feito.
Conclusões
Uma importante conclusão sobre a estratégia de desdobramento é que dependerá muito da cultura organizacional.
Cada empresa tem seu jeito de pensar e agir, o que pode impactar diretamente na forma de disseminar a estratégia em todos os níveis.
Outra visão importante é que não necessariamente o planejamento estratégico deve ser feito em um nível e levado para os demais. A depender do cenário e das condições, eles podem participar em conjunto de todas as etapas.
Seja qual for a cultura ou ambiente em que essa estratégia esteja acontecendo, ela precisa ser conhecida e desenvolvida por todos, pois cada um terá uma parcela de contribuição para que o sucesso seja alcançado.